quinta-feira, 7 de outubro de 2010

elegia de afrodite

Eu venho da espuma do oceano,
Da brisa leve que fecundou as árvores;
Sou o canto dos pássaros da manhã,
O barulho da água correndo no rio
Sou a que veio para espantar todos os males.

Eu venho do amor entre o rio e a floresta,
Do pólen milagroso que engravidou a terra.
Sou o toque leve de Deus,
Que teve piedade dos filhos
E me enviou para salvá-los.

Eu venho para mostrar que não há por que sofrer,
Venho para expiar toda a sua dor.
No meu rosto eu guardo suas aflições,
Seus medos vivem em meu coração
Sua crueldade repousa em minha mente
E sob minha pele dorme sua tristeza.

Em meus olhos cansados podes ver a agonia
Por carregar tudo aquilo que tu devias.
Meu peito dói e grita, exaurido de sofrer,
Mas para cumprir minha missão não devo apenas morrer.

Ó maresia...! Ó leve brisa...! Ó perfume da floresta!
Me levem de volta para o fundo do oceano!
Porque a terra firme só me faz afogar em dor.

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